segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Importante!
Afirmamos que não haverá sorteio se os expositores assim definir, pois a partir de agora a decisão do tribunal faz justiça para com a feira. O órgão que organiza a feira é a comissão paritária. Somente através dos representantes da feira e da Prefeitura é que poderá ser tomada qualquer decisão a respeito de qualquer assunto na feira. Essa é mais uma promessa da Asseap, que acaba de ser cumprida! Os membros da comissão paritária terão a obrigação de decidir conforme a vontade da maioria dos expositores!            
Veja a baixo o boletim desse último domingo dia 24/02/2013
A maior vitória da Asseap!
Depois de derrubarmos a licitação, manter os quadros no passeio, exigir a instalação da Comissão Paritaria e fazer o layout com esquinas para todos: o inusitado, mas esperado pela maioria dos expositores aconteceu nessa ultima semana, se transformando na mais importante vitória de todas! A Justiça acata solicitação da Asseap e confirma que a Prefeitura não poderá mais organizar a feira por decreto. A Comissão Paritaria é quem vai definir os rumos da feira e sua organização, afirma a Justiça na ação movida pelo grupo que pensa as táticas da Asseap. È o que sempre dizemos: “vai chegar o dia que a luta da Asseap vai entregar o controle da feira para os expositores”. Lembramos que cabe recurso e temos informações que a PBH vai recorrer! Viva a luta de todos que acreditaram na Asseap!
Asseap reafirma a defesa das decisões coletivas dos expositores!
A decisão tomada pela imensa maioria dos expositores (98%), dos presentes, no Teatro Casa Nova, (cerca de 1.500) na época, você lembra? Esse grupo definiu pelo remanejamento para aplicação do layout da Asseap, com esquinas para todos em blocos de 4 barracas. Até o momento essa decisão está sendo defendida com maestria pelo advogado da Asseap, Dr. Helson, no processo do companheiro Marquinhos.
Toda essa historia teve inicio a mais de 5 anos, quando a Prefeitura tentou implantar um novo layout que acabava com as esquinas (apelidado de mata burro). A Asseap mobilizou os expositores e conseguimos fazer um layout com blocos de 4 barracas, com esquinas para todos. Mesmo contra a equivocada minoria que agora querem fazer sorteio. Defendemos o remanejamento contrario a posição da prefeitura e dos incautos.
Com a insistência da prefeitura, que no primeiro momento queria que o setor de vestuário ficasse sem esquinas para todos e ao mesmo tempo queria tirar os quadros do passeio, nos da Asseap afirmamos que: ou era esquinas para todos ou não aceitaríamos. Fizemos um projeto de lei e aprovamos na câmera de Vereadores os quadros no passeio, você lembra?
A Prefeitura não tinha mais como não aplicar o novo layout da Asseap. Ai, depois de a comissão paritária definir por unanimidade pelo remanejamento, a prefeitura surge com a idéia do sorteio. Restou recorrer a justiça, ganhamos uma liminar barrando o sorteio da prefeitura que agora foi julgado. Taticamente queríamos anular os decretos, e conseguimos!
Decisão foi favorável a nossa tese: a prefeitura não pode por decreto definir acerca da organização da feira, aplicação de layout e tudo que diz respeito à feira deve levar em conta as decisões da comissão paritária.
Prefeitura tenta tirar Asseap da Comissão Paritaria: o medo da Prefeitura em relação à Asseap, chegou ao ponto em que eles mudaram por três vezes as regras de eleição da comissão, tentando tirar a Asseap do jogo. Tudo em vão!  Decisão da justiça reafirma que a Prefeitura não pode mais por decreto definir sobre a organização da feira!  Expositor seu interesse será defendido pela Asseap até o fim! Vamos chamar uma assembléia para reafirmar a decisão coletiva em breve, aguarde! Viva a Luta de todos! Viva a Organização da Asseap!  Processo: 2044989-02.2 010.8.13.0024 movido pelo membro da Comissão Paritária, Marcos Ferreira.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Artistas e intelectuais organizam movimento pró-Dilma

Texto assinado por Leonardo Boff e Chico Buarque convoca artistas 'a somarem forças para garantir os avanços' do governo Lula

Em apoio a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, um grupo de artistas e intelectuais liderados por Leonardo Boff, Chico Buarque, Emir Sader e Eric Nepumuceno está articulando adesões a um manifesto de apoio político à petista.
O documento será entregue à candidata na próxima segunda-feira (18), em um ato político organizado pelo grupo no Teatro Oi Casagrande, no Leblon, zona sul da capital fluminense, às 20h.
De acordo com o filósofo e teólogo Leonardo Boff, o manifesto foi organizado pelo jornalista e escritor Eric Nepomuceno e pelo cantor e compositor Chico Buarque. "A ideia foi do Eric e do Chico para contrabalançar muitas difamações e mentiras que estão sendo divulgadas na internet, e eles têm todo meu apoio e o do Frei Betto também, que escreveu um artigo sobre a Dilma. Eles cresceram juntos e ele fala muito bem sobre ela", disse Boff, que informou também que o arquiteto Oscar Niemeyer faz parte dos signatários.
Ainda segundo Boff, as críticas contra Dilma envolvendo a questão do aborto "é um discurso para desviar das gandes questões". "O PSDB não tem liderança nem carisma, não tem projeto nenhum para oferecer", falou em defesa da petista. "Eles descobriram esse viés para distrair da verdadeira discussão, é uma questão de falsa política", concluiu.
Leia a íntegra do documento:
À NAÇÃO
Em uma democracia nenhum poder é soberano.
Soberano é o povo.
É esse povo – o povo brasileiro – que irá expressar sua vontade soberana no próximo dia 3 de outubro, elegendo seu novo Presidente e 27 Governadores, renovando toda a Câmara de Deputados, Assembléias Legislativas e dois terços do Senado Federal.
Antevendo um desastre eleitoral, setores da oposição têm buscado minimizar sua derrota, desqualificando a vitória que se anuncia dos candidatos da coalizão Para o Brasil Seguir Mudando, encabeçada por Dilma Rousseff.
Em suas manifestações ecoam as campanhas dos anos 50 contra Getúlio Vargas e os argumentos que prepararam o Golpe de 1964. Não faltam críticas ao “populismo”, aos movimentos sociais, que apresentam como “aparelhados pelo Estado”, ou à ameaça de uma “República Sindicalista”, tantas vezes repetida em décadas passadas para justificar aventuras autoritárias.
O Presidente Lula e seu Governo beneficiam-se de ampla aprovação da sociedade brasileira. Inconformados com esse apoio, uma minoria com acesso aos meios, busca desqualificar esse povo, apresentando-o como “ignorante”, “anestesiado” ou “comprado pelas esmolas” dos programas sociais.
Desacostumados com uma sociedade de direitos, confunde-na sempre com uma sociedade de favores e prebendas.
O manto da democracia e do Estado de Direito com o qual pretendem encobrir seu conservadorismo não é capaz de ocultar a plumagem de uma Casa Grande inconformada com a emergência da Senzala na vida social e política do país nos últimos anos. A velha e reacionária UDN reaparece “sob nova direção”.
Em nome da liberdade de imprensa querem suprimir a liberdade de expressão. A imprensa pode criticar, mas não quer ser criticada.
É profundamente anti-democrático – totalitário mesmo – caracterizar qualquer crítica à imprensa como uma ameaça à liberdade de imprensa. Os meios de comunicação exerceram, nestes últimos oito anos, sua atividade sem nenhuma restrição por parte do Governo. Mesmo quando acusaram sem provas.
Ou quando enxovalharam homens e mulheres sem oferecer-lhes direito de resposta. Ou, ainda, quando invadiram a privacidade e a família do próprio Presidente da República.
A oposição está colhendo o que plantou nestes últimos anos. Sua inconformidade com o êxito do Governo Lula, levou-a à perplexidade. Sua incapacidade de oferecer à sociedade brasileira um projeto alternativo de Nação, confinou-a no gueto de um conservadorismo ressentido e arrogante. O Brasil passou por uma grande transformação.
Retomou o crescimento. Distribuiu renda. Conseguiu combinar esses dois processos com a estabilidade macroeconômica e com a redução da vulnerabilidade externa. E – o que é mais importante – fez tudo isso com expansão da democracia e com uma presença soberana no mundo.
Ninguém nos afastará desse caminho. Viva o povo brasileiro.

Leonardo Boff
Maria Conceição Tavares
Oscar Niemeyer
Marilena Chaui
José Luis Fiori
Emir Sader
Theotonio dos Santos
Fernando Morais
Nilcea Freire
Laura Tavares
Walnice Galvão
Eric Nepomuceno
Martha Vianna
Felipe Nepomuceno
Pablo Gentili
Florencia Stubrin
Flavio Aguiar
Renato Guimarães
Ivana Bentes
Vera Niemeyer
Giuseppe Cocco
Sergio Amadeu
Hugo Carvana
Martha Alencar
Carlos Alberto Almeida
Luiz Alberto Gomez de Souza
Ingrid Sarti
Gaudêncio Frigotto
Isa Jinkings
Leila Jinkings
Sidnei Liberal
Sueli Rolnik
Celio Turino
José Gondin
Lejeune Mirhan
Monica Bruckman
Izaias Almada
Clarice Gatto
Fernando Vieira
Rafael Alonso
José Fernando Balby
Breno Altman
Elisabeth Sekulic
Carlos Otavio Reis
Cassio Sader
Tatiana Roque
Monica Rocha
Carlos Augusto Peixoto
Antonio Lancetti
Benjamin Albagli Neto
Geo Brito
Barbara Szaniecki
Henrique Antoun
Francisco de Guimaraens
Mauricio Rocha
Cibele Cittadino
Adriano Pilatti
Marcio Tenambaum
Jô Gondar
Rodrigo Guéron
Paulo Halm
Maria Candida Bordenave
André Fetterman Coutinho
Carlos Eduardo Martins
Lucia Ribeiro
Helder Molina
Elizabeth Serra Oliveira
Isadora Melo Silva
Janes Rodriguez
Claudio Cerri
Gloria Moraes
Peter Pal Pelbart
Mari Helena Lastres
Cecilia Boal
Alexandre Mendes
Mauro Rego Costa
Ana Miranda Batista
Ana Maria Muller
Ronald Duarte
Osmar Coelho Barboza
Joaquim Palhares
Marco Weissheimer
Silvio Lima
Isabella Jinkings
Marcia Aran
Cezar Migliorin
Susana de Castro
Ricardo Rezende Figueira
Eiiana Schueler
Virgilio Roma Filho
Ana Lucia Magalhaes Barros
Maria de Jesus Leite
Marcos Costa Lima
Alberto Rubim
José Cassiolato
Beth Formaggini
Marilia Danny
Fabrício Toledo
Ana Maria Bonjour
Ana Maria Alvarenga de Barros
Marcio Miranda Ferreira
Marcio Pessoa
Marco Nascimento Pereira
Vanessa Santos do Canto
Monica Horta
Ana Maria Muller
Fernanda Reznik Santos
Eliete Ferrer
Felipe Cavalcanti
Francini Lube Guizardi
Rodrigo Pacheco
Edna Krauss
Luis Felipe Bellintani Ribeiro
Rosa Maria Dias
Leneide Duarte-Plon
Licoln de Abreu Penna
Marcelo Saraiva
Francisco Bernardo Karan
Lucy Paixão Linhares
Luiz Carlos de Sousa Santos
Eliana Dessaune Madeira
Lucio Manfredo Lisboa
Isabel Moraes da Costa
Sandra Menna Barreto
Angelo Ricardo de Souza
Roberto Elias Salomão
Angelo Ricardo de Souza
Ricardo Elias Salomão
Eleny Guimarães Teixeira
Elisa Pimentel
Leonora Corsini
Maria Helena Correa
Isis Proença
José Adelio Ramos
Albertita Dornelles Ramos
Deborah Dornelles Ramos
Tamarah Dornelles Ramos
Xavier Cortez
Rodrigo Gueron
Aparecida Martins Paulino
Leonardo Palma
Paulo Roberto Andrade
Urariano Mota
Lea Maria Reis
Ferreira Palmar
Gabriel Rebello
AGFilho
Newton Pimentel
Patricia Ferraz
Pedro Alves Filho
José Antonio Garcia
Afonso Lana Leite
Mariana Rodrigues Pimentel
Jussara Rodrigues Pimentel
Affonso Henriques
Ana Muller
Mario Jakobskind
Fabio Malini
Dayse Marques Souza
Tania Roque
Jussara Ribeiro de Oliveira
Rita de Cassia Matos
Fernando Santoro
Washington Queiroz
Araken Vaz Galvão
Paulo Costa Lima
Carlos Roberto Franke

Zé Marcos de Carvalho Sousa

REUNIÃO COM EXPOSITORES NO DIA 27/09/2010

Alan se reuniu com os expositores na segunda-feira passada







ALAN PARTICIPA DA REUNIÃO JUNTO A PREFEITURA DE BH, QUE FLEXIBILIZA A RESTRIÇÃO DAS MESAS EM CALÇADAS DA CAPITAL

Flávia Ayer - Estado de Minas


Publicação: 29/09/2010 07:55 Atualização:




Acordo entre a PBH e donos de estabelecimentos comerciais adia aplicação de normas da Lei de Uso do Solo e prevê mais tolerância com a ocupação dos passeios


A elaboração de um mapa com a classificação das vias de Belo Horizonte promete pôr um ponto final na polêmica sobre as mesas e cadeiras em calçadas da capital nacional dos botecos. A prefeitura tem até julho de 2011 para avaliar os 4,7 mil quilômetros de ruas e avenidas da cidade com base nos parâmetros da nova Lei de Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo, sancionada há dois meses. Além de definir quais são residenciais, mistas e não residenciais, categorias criadas com a revisão da legislação, o estudo pretende acabar com um impasse que tem tirado o sono de muitos proprietários de bares e restaurantes. A nova norma determina que estabelecimentos em vias residenciais não podem ter nenhum tipo de mobiliário nos passeios e se limitem a 100 metros quadrados de área. No período de transição, o “bom senso” será arma usada pela prefeitura para apagar o incêndio causado pela aplicação da lei.



A discussão foi lançada por reportagem publicada na semana passada pelo Estado de Minas, que mostrou impactos da nova norma na vida noturna da cidade. Ontem, empresários do Bairro Santa Tereza, técnicos da prefeitura e o secretário de Administração Regional Municipal Leste, Pier Giorgio Senesi Filho, discutiram a questão. Proprietários de estabelecimentos do principal reduto boêmio de BH foram os primeiros a sentir o impacto da medida, há 10 dias, quando cerca de 140 jogos de mesas foram recolhidos de várias casas. Inicialmente, a Regional Leste havia considerado que todas as ruas de Santa Tereza seriam residenciais, mas, por constatar clara vocação comercial de algumas vias, essa posição será revista durante a elaboração do mapa.



Enquanto o documento não fica pronto, a prefeitura decidiu atuar na base do “bom senso”. Bares e restaurantes com a licença de mesas e cadeiras em vigor conforme a lei antiga terão a permissão automaticamente renovada até julho e só então deverão se adequar às novas normas. A medida não se restringe a Santa Tereza. “O período de transição é para que todos se adaptem à nova regra. Trata-se de uma lei clara, moderna e que visa ao desenvolvimento da cidade. A prefeitura não está aqui para fechar o negócio de ninguém. Queremos que visitantes e belo-horizontinos desfrutem de um bom papo no boteco”, afirma Sinesi.



Novas licenças



Já quem solicitar licença a partir de agora terá que seguir a mais recente legislação. Antes, as ruas e avenidas eram classificadas apenas pelo fluxo de trânsito, entre locais, coletoras, arteriais e de ligação regional. Hoje são considerados aspectos relacionados ao tipo de uso dos imóveis – residenciais, mistos e não residenciais. Nessa fase de transição, todas as locais e coletoras de até 10 metros de largura serão enquadradas como residenciais. As coletoras acima dessa medida e arteriais serão classificadas como mistas e as vias de ligação regional, não residenciais.



Mas o secretário adianta que esses não serão os critérios usados na elaboração do mapa, que contará com estudos de impacto de vizinhança, entre outras ferramentas. Um exemplo claro é o próprio Bairro Santa Tereza, que apenas no período de transição terá todas as vias classificadas como residenciais. “As ruas Mármore e Salinas não podem ser consideradas residenciais. Há um comércio consolidado. Isso vai mudar na hora de fazer o mapa”, esclarece.



A notícia tranquiliza quem já cogitava demitir funcionários e procurar outras fontes de renda. “O que estávamos buscando é uma uniformidade nas informações, que elas sejam claras e seguras”, diz Marilton Borges, do Marilton’s Bar. Moradores cobram que, na elaboração do mapa das vias, o respeito ao morador e ao pedestre esteja presente. “A comunidade do Santa Tereza tem uma série de demandas e uma delas é a ocupação dos passeios com mesas e cadeiras. Esperamos que seja respeitado o direito de ir e vir”, afirma o presidente da Associação Comunitária do Bairro Santa Tereza, José Ronaldo da Cruz.




Alan se reuniu com líderes para discutir sobre a lei que tira mesas e cadeiras das calçadas de bares

Flávia Ayer - Estado de Minas


Publicação: 24/09/2010 06:17 Atualização: 24/09/2010 11:25


Bairro Santa Tereza, um dos principais redutos dos amantes do bom papo regado a uma cerveja gelada, é um dos mais afetados pela medida


Esperança para Belo Horizonte manter o título de capital nacional dos botecos. A prefeitura admite discutir e até rever a legislação que tira mesas e cadeiras de passeios de bares e restaurantes em vias residenciais. A polêmica foi lançada em reportagem publicada quinta-feira no Estado de Minas, que mostrou os impactos na vida boêmia da cidade causados pela recente alteração na Lei de Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo, regulamentada em agosto.

Diante da ameaça de a norma pôr fim à cerveja gelada e ao tira-gosto servidos ao ar livre em bairros tradicionais, o vice-prefeito Roberto Carvalho (PT) foi categórico: “A lei é confusa. Belo Horizonte, talvez, seja a cidade no mundo com mais botecos. É o espaço de encontro do mineiro e aplicação da lei deve ser feita com bom senso. Estamos nos preparando para receber a Copa do Mundo de 2014 e os bares e restaurantes serão nossa vitrine. Se for o caso, vamos fazer outra lei”.

Os primeiros a sentir na pele as consequências na nova regra foram comerciantes do principal reduto boêmio da capital, o Bairro Santa Tereza, na Região Leste. Eles tiveram, na semana passada, cerca de 140 jogos de mesas e cadeiras recolhidos pela fiscalização municipal. Depois do susto, os donos dos estabelecimentos terão a chance de começar a respirar aliviados na terça-feira, quando haverá reunião com a Secretaria de Administração Regional Leste. Inicialmente, o gerente de Fiscalização Urbanística e Ambiental da Regional, Augusto Carlos Papini, diz que todas as ruas do bairro se enquadrariam como residenciais, afastando a possibilidade de haver mobiliário nas calçadas.

Mas parece que a secretaria está mudando seus conceitos e vai avaliar a situação de cada rua separadamente, pois entendeu que há clara vocação comercial de algumas vias. Em vez de residenciais, elas deverão ser consideradas vias mistas. O líder de governo na Câmara, vereador Paulo Lamac (PT), que acompanhou a tramitação do texto e agora tenta apagar o incêndio causado pela aplicação da lei, afirma que não é intenção da prefeitura acabar com a principal marca do bairro. “Não queremos romper com uma tradição histórica de Santa Tereza.”

Comerciantes do bairro cogitam até de elaborar proposta para mudar a lei. O tema será discutido sábado, durante a tradicional feijoada organizada em setembro no Bar Temático. “Seria um projeto de cunho popular, com a flexibilização do que está vigente”, diz Marilton Borges, do Marilton’s Bar. Os moradores defendem o bom senso. “Desde que haja acessibilidade, não há problema haver mesas e cadeiras nos passeios. O que defendemos é que o comerciante não feche toda a calçada e o pedestre fique impedido de passar. Há um barulho ao longo da noite que incomoda, mas não chega a ser algo catastrófico”, diz o presidente da Associação Comunitária do Bairro de Santa Tereza, José Ronaldo da Cruz.

Falta clareza

 
Para além dos limites do Santa Tereza, a própria prefeitura e sua base de apoio confessam que a polêmica sinaliza falta de clareza na interpretação da regra que determina que em vias residenciais possa haver bares, restaurantes e similares, desde que a área se limite a 100 metros quadrados e não sejam usadas mesas e cadeiras nos passeios. “A lei está sendo interpretada de forma extremamente rígida”, afirma Roberto Carvalho, que se põe à disposição para o debate. Já Lamac defende que o imbróglio é um alerta:“Essa situação deixa claro que há diferentes formas de aplicação da lei, pois se trata de um tema complexo”.

O líder de governo considera a possibilidade de fazer uma emenda ou projeto para esclarecer pontos considerados confusos no texto. Também lembra que, em recente revisão de outra importante lei da cidade, o Código de Posturas, a posição do município foi de flexibilização em relação a mesas e cadeiras nas calçadas. Pelo código, podem receber o mobiliário calçadas de no mínimo três metros de largura, desde que mantida faixa de um metro para circulação de pedestres. Em condições especiais, passeios a partir de dois metros de largura também podem ter mesas e cadeiras.




Lei ameaça deixar BH sem o título de capital dos botecos



Flávia Ayer - Estado de Minas

Publicação: 23/09/2010 06:31 Atualização: 23/09/2010 09:41







O motivo é que todas as ruas de Santa Tereza foram consideradas residenciais pela administração. Além de pegar comerciantes de surpresa, a norma estremeceu uma tradição que nasceu com o bairro e levou proprietários a se organizarem para mudar a situação. O alvo da ação foram estabelecimentos em processo de renovação do alvará e da licença para mesas e cadeiras. Mas, à medida que os documentos das outras casas vencerem, elas também deverão se adaptar à nova regra, o que deve ocorrer até meados de 2011. E é bom ressaltar que a norma não vale apenas para o Santa Tereza, mas para toda a cidade. A nova lei classifica as ruas de BH como residencial (VR), mista (VM) e não residencial (VNR). Nas VRs é possível haver bares, restaurantes e similares com área de até 100 metros quadrados, desde que passeio e o afastamento frontal não sejam usados.

 
Significa dizer que os assentos mais cobiçados das noites e fins de semana da capital, sobretudo durante o tradicional festival Comida di Buteco, serão extintos, assim que a atual licença dos estabelecimentos vencer e eles tenham que se adequar à nova lei. “A calçada é um traço diferencial em Belo Horizonte. Vale a máxima de que BH não tem mar, mas tem bar. Isso tende a atrapalhar o setor, principalmente bares menores em bairros”, afirma o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) em Minas, Paulo Nonaka. O principal argumento da associação para alterar esse quadro será a contradição entre leis muncipais.

 
Isso porque o Código de Posturas, que regula o uso do espaço público, dá outros parâmetros para o quesito mesas e cadeiras. Em recente revisão, a lei de posturas definiu que podem receber esse tipo de mobiliário bares, restaurantes e similares com passeios de largura a partir de três metros. A condição é deixar faixa livre de no mínimo um metro para a circulação de pedestres. Em situações especiais, a lei autoriza mesas e cadeiras em calçadas entre dois e três metros, desde que mantida faixa livre de um metro para passagem de pedestres. “Uma lei contradiz a outra. Se o bar já tiver alvará de localização de mesa e cadeira, tem como questionar isso na Justiça. Vamos entrar com liminar para trombar com essa decisão”, afirma.

 
Dificuldade

 
O risco de perder mesas e cadeiras das calçadas bate à porta do Bar do Antônio, mais conhecido como Pé de Cana, no Bairro Sion, na Região Centro-Sul, desde 1964 no endereço, e assusta os donos. “A tradição da calçada em BH é enorme e a maioria das pessoas gosta de sentar do lado de fora do bar. Os maiores prejudicados são os clientes”, diz um dos sócios, Márcio Roberto Bomtempo, ressaltando que metade dos funcionários teria que ser demitida. Segundo ele, houve grande dificuldade para renovar a licença de permissão de mesas e cadeiras. “Nossa licença vence em abril e, se tivermos que tirar as mesas, vamos perder mais de R$ 10 mil só em investimento no passeio que a própria prefeitura pediu”, diz.

 
Segundo a consultora técnica especializada da Secretaria Municipal de Políticas Urbanas Maria Fernandes Caldas, a decisão foi tomada na 3ª Conferência Municipal de Políticas Urbanas, em 2009, que discutiu as mudanças na legislação. “A intenção é conciliar os usos. As pessoas gostam de bares, mas precisam ver que, se estiverem numa área residencial, é importante que os moradores consigam dormir. E uma das condições é não ter mesa e cadeira na calçada”, afirma. Ela acredita que a medida não trará grande incômodo aos amantes dos botecos. “A Lei de Uso e Ocupação do Solo foi flexibilizada em relação aos bares. Antes, em vias residenciais, eram admitidos estabelecimentos de até 30 metros quadrados apenas, e não de 100. Mas a mudança traz a condição de as mesas e cadeiras ficarem dentro dos bares.”

 
Para quem não dorme com o barulho da conversa de boteco, a medida é comemorada. “Todo mundo gosta de bar, desde que não seja perto do seu prédio. Acho que não é preciso dar um jeito para diminuir a poluição sonora. Somos a favor da retirada das mesas e cadeiras das calçadas. Em Lourdes, os bares que não usam os passeio são os únicos que não recebem reclamação”, afirma o presidente da Associação dos Moradores do Bairro de Lourdes (Amalou). A entidade projetou, inclusive, um toldo antibarulho, que está sendo avaliado por equipe técnica da prefeitura e será testado em três estabelecimentos.

A capital dos botecos corre o risco de perder esse título. A ameaça vem de mudanças na legislação municipal que abalam um dos maiores mandamentos da boemia: a cerveja gelada e o tira-gosto do bom servidos no passeio do botequim. A Lei de Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo (7.166/96), alterada há dois meses, decreta o fim das mesas e cadeiras em calçadas de bares e restaurantes em vias residenciais de Belo Horizonte. Esse tipo de via representa a maioria das ruas da cidade e é, geralmente, o endereço dos disputados barzinhos de esquina. O impacto da medida já começou a ser sentido no principal reduto boêmio da cidade, o Bairro de Santa Tereza, na Região Leste, onde cerca de 10% dos estabelecimentos tiveram o mobiliário recolhido pela prefeitura e foram impedidos de atender clientes do lado de fora.